[ Ritmos encontrados no DVD ]
Boi-Bumbá
O Boi-Bumbá é uma manifestação folclórica encontrada na região da Amazônia Legal. No Maranhão o mesmo recebe a denominação de Bumba-meu-boi.
E é no mês de junho que são feitas as apresentações, ainda em sua formação original. É provável que a trama venha das estórias nascidas com o ciclo do gado, nos séculos XVII e XVIII, quando a vida girava em torno do boi e de sua criação.
Conta-se que na segunda metade do século XIX, o Boi-Bumbá reunia negros escravos em um folguedo que misturava, ao ritmo forte, a representação de um motivo surpreendente para a época: a luta de classes dentro da sociedade colonial.
A estória encenada no Boi - Bumbá é quase sempre a mesma, com pequenas alterações. Um boi foi comprado para a festa de aniversário da esposa do fazendeiro. Quando o animal chegou, o feitor recebeu ordem para tratá-lo bem. Ao lado dessa fazenda morava uma família composta pelo pai Francisco, "Chico", sua mulher Catarina, seu compadre Casumba e mãe Guiomar.
Mãe Catarina, grávida, desejava comer língua ou coração de um boi. Pai "Chico" então resolveu procurar um. O primeiro que encontrou matou. Só que, antes de mãe Catarina realizar seu desejo, apareceu o dono do boi falando que o bicho era de estimação e que desejava seu boi vivo. Todos saíram à procura de um pajé para ressuscitar o boi. O pajé foi logo pedindo cachaça, defumação e tabaco. Sentou-se no seu banco, passou cachaça nos braços, acendeu um cigarro e abriu os trabalhos.
Assim que o boi foi ressuscitado todos começam a cantar e dançar, e o animal a fazer investidas contra as pessoas que assistem à encenação. A composição do elenco varia de grupo para grupo e de região para região. De um modo geral incluem ainda a moça branca, filha do casal de fazendeiros, vaqueiros, cuzimbá (um preto velho), a maloca dos índios com seu chefe, o doutor curador, o padre e o tripa (a pessoa que dança em baixo do boi). Seus principais instrumentos são a matraca e a barrica. Hoje a parte harmonica é tocada através de um banjo, parecido com o do Carimbó, no Pará.
RITMOS